Dois Cantos

22.12.04

Minha mensagem de Natal

Uma vez li que redator é aquela pessoa para quem escrever é muito mais difícil que para as outras pessoas. E nessa época de Natal eu vejo claramente o quanto isso é verdade.
Como é difícil tentar passar de maneira diferente, criativa, inovadora aquilo que todos sentimos! E como é complicado alcançar o coração de todos que fazem parte da nossa vida com apenas uma mensagem.
Por isso, neste Natal, eu vou usar a minha mensagem apenas para agradecer a todos vocês que fazem parte da minha vida e que, cada um à sua maneira, fazem minha vida especial.
Agradeço aos amigos que estão perto, que me vêem sempre. Aos que estão perto apenas do coração, que não veja há algum tempo. Àqueles amigos antigos, que têm gosto de saudades. Saudades de SESI, CLQ, natação, PUC. Aos amigos novos, que vieram com os bons ventos da mudança. Aos amigos que são da família, tios, primos, pai, mãe, Marisa. Aos amigos que me escolheram para suas famílias. Àqueles amigos das longas conversas em volta da piscina, na van para a faculdade, na cantina da PUC. Aos amigos de curtas mensagens no orkut. Aos amigos da propaganda, com quem estou sempre aprendendo nos e-mails. Aos amigos de sonhos, de viagens. Àqueles que só conheço virtualmente. Aos que cresceram comigo e aos que me fazem crescer. E àqueles que têm paciência de ler minhas mensagens sempre tão compridas!
Desejo, não apenas para o ano que vem, mas para toda vida, que vocês encontrem em seus caminhos pessoas maravilhosas, como eu encontrei no meu.

Um beijão!

20.12.04

Filmes do ano

2004 está acabando e nada melhor que um balanço dos filmes que assistimos no ano (pelo menos aqueles que a gente lembrar) para vermos a quantas anda nossa cultura, nossos amassos no cinema ou, no mínimo, nosso consumo de pipoca! (vale lembrar que, como o blog é meu e do Kiko, vou listar os filmes que assistimos juntos).
Vou começar pelo primeiro filme que assisti no cinema em 2004... Que vergonha!
Xuxa e qualquer coisa a mais que compunha o nome do filme: Foi um filme muito bom, muito bom mesmo. Eu e o Kiko estávamos começando a namorar e nem vimos a cara da Xuxa. Queríamos só qualquer desculpa para ir ao cinema, porque ainda não inventaram um lugar melhor pra namorar! (Ah, gente, calma! Eu sei que não comecei bem, mas a lista vai melhorar, eu prometo!).
(como eu não lembro a ordem dos filmes – prometo que no ano que vem vou marcar! – agora vai do jeito que vier na cabeça!).
O homem aranha 2: Muito bom! Não é à toa que foi um dos filmes mais esperados do ano. Eu, como não sou profunda conhecedoras dos gibis, gostei muito da parte romântica do filme. Já o Kiko achou pôde aproveitar um pouco mais, encontrou umas brechinhas para os outros vilões que estão por vir.
Hellboy: Legal. Eu não conhecia o Hellboy, não posso avaliar se o filme foi fiel às suas histórias, mas é engraçado, legal.
O sorriso de Monalisa: Eu adorei! Julia Roberts e Julia Stiles! Gosto de filmes que contam histórias de preconceitos que foram contestados. Esse é um filme que trata de muitos, especialmente do machismo. Vale a pena!
A vingança do espantalho: Trash! Esse não foi no cinema, mas foi uma noite ótima! Pizza, amigos (muito queridos) e muita risada! Depois ainda ficamos até umas 3h da madrugada jogando War!
O cubo: Esse também foi alugado. Muito antigo! Suspense interessante. Estranho, mas interessante.
A madrugada dos mortos: Esse eu vou deixar para o Kiko comentar!
Pânico na floresta: Nada a declarar! (muito ruim!)
21 Gramas: Show! Ótimo! Muuuuuuuuito bom! Um dos melhores filmes que já assisti. Sean Penn! Precisa de mais alguma coisa? Indicação da tia Maria Silvia! Valeu, tia!
Van Helsing: Super esperado! Decepcionou um pouco. Legalzinho.
O apanhador de sonhos: (em DVD) Estranho. Interessante. Curti o modo como o cara do filme (não lembro o nome dele) organiza sua mente...
Anjos da Noite: Legalzinho... acho que prefiro as histórias de vampiroas que não são tão modernos... alguma coisa à la Entrevista com o Vampiro faz mais meu gênero.
Cazuza – O tempo não pára: Muito bom! Daniel de Oliveira não interpretou, ele literalmente incorporou o Cazuza. Excelente.
Como se fosse a primeira vez: (fita) Ai, sabem aquelas historinhas bem água com açúcar? O Kiko pegou numa sexta-feira... eu tinha acabado de chegar de Campinas, morrendo de saudade, e a melhor coisa foi assistir um filminho romantiquinho no sofá com ele! Que bunitinhu!
O chamado: Esse também foi alugado. O Kiko já tinha assistido e quis que eu assistisse porque ele tinha gostado muito. Fazia muito tempo que eu não assistia a um filme de terror perturbador assim. Muito bom! Ouvi falar que a primeira versão é japonesa. Não assisti... quem sabe?
Sociedade dos poetas mortos: Esse fui eu que já tinha assistido e como acho que é um dos melhores filmes que já assisti na vida, quis mostrar para o Kiko... Nossa, cada vez que eu assisto esse filme aprendo alguma coisa, olho as coisas de um jeito diferente.
O terminal: Bom, mas eu confesso que esperava mais de um filme do Spielerg e do Tom Hanks. Agora estou esperando ansiosamente a Guerra dos Mundos (H. G. Wells) para ver se o Spielberg se redime comigo!
Por um fio: Esse também foi fita. Ótimo! Totalmente diferente. Um único cenário, só a cabine telefônica! Excelente! Recomendo!
Escola do rock: Fita também! Engraçadíssimo!
Peixe grande: Excelente! Não tem nem o que comentar, só assistindo mesmo! Totalmente diferente, inesperado.
Dança comigo: Esse é outro bem melosinho... mas que mulher não gosta de um filme melosinho? Ainda mais no cinema, com o namorado...
O expresso polar: O filme é um pouco cansativo, mas a produção... nossa! Impressionante!
Sobre meninos e lobos: Sean Penn de novo! Preciso comentar? Excelente.
Os incríveis: Amei! Incrível! Foi ontem assistir... vale a pena! As discussões da família são simplesmente o máximo! O que você está fazendo aqui lendo esse texto compridão ainda? Corre pro cinema assistir!

14.12.04

Ando meio melosa ultimamente. Eu e o Kiko estamos fazendo um ano. Quem acompanhou sabe como foi conturbado esse período há um ano. Mais ainda sabemos nós dois! Mas eu vim escrever hoje sobre as coincidências (ou não) da vida e dividir esses devaneios (e sonhos, porque estar com o Kiko é como um sonho!) com quem quiser ler.
Eu e o Kiko nos conhecemos há quase 17 anos (incrível, né?). Estudamos juntos no SESI, na mesma classe da primeira até a oitava série, por muito tempo sentados um ao lado do outro. Mas éramos só amigos. Quando terminamos a oitava série, ficamos um tempo sem nos encontrar até que, de vez em quando, nos víamos vez ou outra à noite, normalmente no Montanha. E o engraçado era que, mesmo depois de tanto tempo sem nem mesmo encontrar com ele, eu poria minha mão no fogo pelo que ele falasse. Sabe aquela pessoa que dá pra confiar... aquele amigo que você pode ficar 5 séculos sem notícia nenhuma, mas você sabe que pode confiar? Então, era o Kiko pra mim. Aí eu fui trabalhar na mesma agência que ele. Mais amigos ainda.
A parte do “como tudo começou” eu vou pular porque, além de interessar só a nós dois, ela é longa e confusa. Na verdade, quando penso na nossa história, fica praticamente impossível me perguntar se existem coincidências ou não. Se tudo que acontece conosco é pura obra do acaso ou se cada passo que damos vai definindo nosso próprio futuro. No caso meu e do Kiko... por que estamos juntos? Estava escrito? Ou estamos juntos porque passamos a conviver diariamente? São inúmeras as opções. É uma cadeia. Fomos trabalhar juntos porque escolhemos a mesma profissão, mas de formas diferentes. Mas quando fomos trabalhar junto, a gente já se conhecia, porque minha mãe e a mãe dele escolheram que a gente estudasse no SESI... Ah, mas aí já não dependia mais de nós. São escolhas, que nos mostram caminhos para outras escolhas e que, por conseqüência, acabam em outras escolhas. E assim a gente vai desenhando a nossa vida.
E por mais que eu pense nisso, nas coincidências, no destino, nas nossas escolhas, eu não consigo definir no que eu acredito. Só sei que, coincidência ou não, amo estar com o Kiko. Ele me deixa nas estrelas... aí, se lá não estiver escrito nada, eu mesma escrevo! Escrevo que esse primeiro ano foi só um aperitivo... que ainda vem muito mais!
Chiquito, te amo!

1.12.04

Nossa! Hoje eu fiquei muito envergonhada! A Karina, minha amiga jornalista, pediu o endereço do blog para entrar e ler o que eu ando escrevendo. O problema é que fz um tempão que eu não escrevo, né?
Bom, Karina, vou escrever especialmente para você hoje. Hoje é dia 1º de dezembro. Último mês do ano. Já! Confesso que estou assustada com a rapidez com que o tempo tem passado... (definitivamente, hoje um dia não tem toooodas as 24 horas que me disseram!). Confesso também que estou me sentindo uma velha falando assim.
Então, aproveitando que o assunto é essa passagem alucinante do tempo, vou publicar aqui um e-mail que eu recebi que fala sobre por quê temos a sensação de que o tempo passa cada vez mais rápido. Eu realmente não sei se aquilo tem alguma base científica ou algum fundamento em alguma teoria e tal, mas é uma visão interessante... vale a pena!
Para terminar, antes de publicar o e-mail interessante, prometo pra você, Kaká, que você vai sempre ter coisas novas para ler aqui, tá?
Bjim!

Por quê o tempo parece acelerar?

O cérebro humano mede o tempo por meio da observação dos movimentos. Se alguém colocar você dentro de uma sala branca vazia, sem nenhuma mobília, sem portas ou janelas, sem relógio... você começará a perder a noção do tempo. Por alguns dias, sua mente detectará a passagem do tempo sentindo as reações internas do seu corpo, incluindo os batimentos cardíacos, ciclos de sono, fome, sede e pressão sanguínea. Então... quando o tempo suficiente houver passado, você perderá completamente a noção das horas, dos dias... ou anos. Estou exagerando para efeito didático, mas em essência é o que ocorreria. Isso acontece porque nossa noção de passagem do tempo deriva do movimento dos objetos, pessoas, sinais naturais e da repetição de eventos cíclicos, como o nascer e o pôr do sol. Se alguém tirar estes sinais sensoriais da nossa vida, simplesmente perdemos a noção da passagem do tempo. Compreendido este ponto, há outra coisa que você tem que considerar: nosso cérebro é extremamente otimizado. Ele evita fazer duas vezes o mesmo trabalho. Um adulto médio tem entre 40 e 60 mil pensamentos por dia. Qualquer um de nós ficaria louco se o cérebro tivesse que processar conscientemente tal quantidade. Por isso, a maior parte destes pensamentos é automatizada e não aparece no índice de eventos do dia. Para que não fiquemos loucos, o cérebro faz parecer que nós não vimos, não sentimos e não vivenciamos aqueles pensamentos automáticos, repetidos, iguais. Por isso, quando você vive uma experiência pela primeira vez, ele dedica muitos recursos para compreender o que está acontecendo. É quando você se sente mais vivo. Conforme a mesma experiência vai se repetindo, ele vai simplesmente colocando suas reações no modo automático e "apagando" as experiências duplicadas. Se você entendeu estes dois pontos, já vai compreender porque parece que o tempo acelera, quando ficamos mais velhos e porque os Natais chegam cada vez mais rapidamente. Quando começamos a dirigir, tudo parece muito complicado, o câmbio, os espelhos, os outros veículos... nossa atenção parece ser requisitada ao máximo. Então, um dia dirigimos trocando de marcha,olhando os semáforos, lendo os sinais ou até falando ao celular (proibido no Brasil), ao mesmo tempo. E você usa apenas uma pequena "área" da atenção para isso. Como acontece? Simples: o cérebro já sabe o que está escrito nas placas (você não lê com os olhos, mas com a imagem anterior, na mente); O cérebro já sabe qual marcha trocar (ele simplesmente pega suas experiências passadas e usa, no lugar de repetir realmente a experiência). Em outras palavras, você não vivenciou aquela experiência, pelo menos para a mente. Aqueles críticos segundos de troca de marcha, leitura de placa...são apagados de sua noção de passagem do tempo... Porque estou explicando isso? Que relação tem isso com a aparente aceleração do tempo? Tudo. A primeira vez que isso me ocorreu foi quando passei três meses nas florestas de New Hampshire, Estados Unidos, morando em uma cabana. Era tudo tão diferente, as pessoas, a paisagem, a língua, que eu tinha dores de cabeça sempre que viajava em uma estrada, porque meu cérebro ficava lendo todas as placas (eu lia mesmo, pois era tudo novidade para mim). Foram somente três meses, mas ao final do segundo mês eu já me sentia como se estivesse há um ano longe do Brasil. Foi quando comecei a pesquisar a razão dessa diferença de percepção. Bastou eu voltar ao Brasil e o tempo voltou a "acelerar". Pelo menos, assim parecia. Veja, quando você começa a repetir algo exatamente igual, a mente apaga a experiência repetida. Conforme envelhecemos, as coisas começam a se repetir - as mesmas ruas, pessoas, problemas, desafios, programas de televisão, reclamações... enfim... as experiências novas (aquelas que fazem a mente parar e pensar de verdade, fazendo com que seu dia pareça ter sido longo e cheio de novidades), vão diminuindo. Até que tanta coisa se repete que fica difícil dizer o que tivemos de novidade na semana, no ano ou, para algumas pessoas, na década. Em outras palavras, o que faz o tempo parecer que acelera é a rotina.