Dois Cantos

22.5.07

O que eu odeio

Não sei o que eu odeio mais. Se são minhas perguntas ou suas respostas.
O fato é que não posso viver com elas. Nem sem elas.


Se não pergunto, todas as possibilidades de respostas ficam vagando em minha mente, me torturando, falando cada vez mais alto, berrando no meu ouvido. E para acabar com esse desespero sufocante pergunto.


Se pergunto, essa angústia acaba e dá lugar a novos fantasmas. Aqueles das novas possibilidades, agora todas com maior probabilidade de terem existido, com um gostinho amargo da verdade.


Suas respostas, sempre tão sinceras, me irritam. Mais que isso, me machucam. Mas se não fosse assim seria de outra forma. Não minta pra mim, mas não seja tão sincero assim. Dói.
E o pior é que é por isso que eu te amo tanto. Porque sei que posso acreditar em tudo que me fala. Porque você fala comigo docemente, mas respeitando acima de tudo a minha condição adulta de ter capacidade de entender e enxergar as diferenças tão básicas, tão simples, tão tontas.


O problema é que nessas horas eu é que acabo esquecendo um pouco essa minha condição.
Acho que é por odiar minhas perguntas que acabo expulsando todas elas da minha cabeça em voz bem alta, pra ver se elas vão embora de uma vez.


Acho que é por odiar suas respostas que eu continuo perguntando, pra ver se isso muda uma hora, mesmo sabendo que não vai mudar.


Acho que é porque suas respostas nunca mudam que eu te respeito e te admiro tanto.