Escrevendo
Acho que minha cabeça é vazia. Um imenso “vácuo de ar”, como dizia um amigo que insistia que a burra era eu!
Não estou falando de juízo, porque isso é o tipo de coisa muito variável e pessoal. Falo de idéias mesmo. Parece que tudo que me vem à cabeça é tirado de algum lugar óbvio, aquele famoso lugar comum. Que inferno! Uma sensação constante de deja vu. Um castigo interminável para quem vive de escrever.
Acho que só eu sou assim.
E parece que quanto mais liberdade eu tenho, mais difícil fica resolver isso. Aqui, por exemplo. O que eu devo fazer? Uma vez, a primeira redatora publicitária com quem tive contato, a Aline, me disse que, para as palavras, liberdade é uma página em branco. Pra mim isso é quase uma tortura.
Aí eu tento colocar uma música pra ver se vem alguma idéia, um pensamento iluminado. Mas o que acontece é que, de cara, eu tenho vontade de escrever sobre tudo que eu ouço na música. Concordando ou discordando, ou sobre a própria música, ou dando a minha versão dos fatos. E o que acaba acontecendo é que eu fico prestando atenção nas músicas, uma atrás da outra, e me perco no vazio de idéias.
Ok. Chega de música! Vou tomar um café então para dar aquela acordada. Odeio café, o que é ainda melhor para acordar. Ótimo. Agora estou mais acordada que nunca, com os olhos esbugalhados na frente do PC (talvez se fosse um Mac eu já teria umas 30 páginas geniais escritas). Estou acordada a ponto de pensar em várias formas de tentar ter idéia como sair, ler alguma coisa, conversar com alguém, observar as coisas simples do dia-a-dia e vê-las de forma diferente, de um outro ângulo, tentar contar uma história, descrever alguma coisa... mas não a ponto de pensar no quê efetivamente escrever.
Outra idéia me ocorre agora. Não, ainda não é sobre o que escrever. Mas é uma idéia assustadora. Lembrei daquela máxima que diz que nossa vida só é completa se plantarmos uma árvore, tivermos um filho e escrevermos um livro. Um livro do quê, meu Deus? Tudo bem que ainda não fiz nenhum dos três, mas, convenhamos, plantar uma árvore é tranqüilo. Se considerarmos o feijãozinho no algodão do pré-primário eu até já plantei. Se bem que o meu secou em uma semana, então melhor eu tentar de novo. Quanto ao filho, deve ser bem difícil, mas eu já sei como fazer e já tenho até o pai (que eu acho que deve ser a parte mais difícil de conseguir!). Mas um livro? Puta merda! Minha vida não vai ser completa por pura incompetência pessoal. Por falta de idéia. Que vida sonsa!
Agora fiquei deprimida.
Pronto, mas um texto sobre nada.
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