Segunda-feira
Segunda-feira é f***. Segunda-feira de manhã então é a pior coisa que existe.
O nosso ritmo normal, estabelecido pelo nosso corpo no final de semana, é quebrado. No fim de semana não somos escravos do relógio e é o nosso próprio organismo que estipula o que devemos fazer de acordo com a sua necessidade, o que na minha opinião só pode ser saudável.
Mas aí vem a segunda-feira de manhã e, com um sonoro safanão bem no meio do descanso sagrado do nosso corpo e da nossa mente, nos tira da rotina biológica saudável do final de semana e nos faz levantar correndo.
Os primeiros momentos da segunda-feira são os mais difíceis, porque são eles os responsáveis por nos tirar daquela situação confortável do fim de semana. E tem gente que não percebe a importância da paz e da tranqüilidade nesta hora.
Toda segunda-feira de manhã eu tenho que pegar ônibus da cidade onde moro no fim de semana para a cidade onde moro durante a semana. É mais ou menos uma hora de viagem, que começa exatamente às 6h30 da madrugada (hora em que tudo que uma pessoa normal deseja é estar dormindo placidamente).
Eu chego, compro minha passagem, entre no ônibus e, antes de dormir, rezo. Rezo para que eu consiga ter mais uma horinha dormindo gostoso. Rezo para que as pessoas que viajarem no mesmo ônibus que eu desejem também dormir tranqüilas, e não fazerem um resumo do final de semana ou pensarem na vida assobiando.
É verdade! Pode dar risada, mas é verdade. Já aconteceu de tudo nestes 2 anos de viagens toda segunda-feira de manhã.
Uma vez um senhor entrou no ônibus, sentou no banco exatamente atrás de mim e começou a assobiar, olhando pela janela. Um assobio tão alto que impedia que meus olhos de ser fecharem, mesmo às 6h30 da madrugada.
Hoje aconteceu outra. Justo hoje, a primeira segunda-feira depois da mudança para o horário de verão, o dia mais difícil do ano de se levantar! Cheguei no ônibus imaginando que o pessoal ia estar com sono, ia aproveitar pelo menos essa segunda-feira pra dormir em paz.
Mas eis que entram ali dois caras. Acho que eles são amigos-de-ônibus. Sabe aquelas pessoas que você sempre encontra pelo meio do caminho mas que, na verdade você não conhece? São pessoas que você encontra sempre no mesmo lugar – o cara da padaria que sempre compra 3 pãezinhos de manhã com o jornal debaixo do braço, a moça no elevador que todo dia abre a bolsa e fica procurando o crachá para bater o ponto, o cara que sempre pega ônibus no mesmo horário que você – e de tanto encontrar com elas, você passa a cumprimentar, comentar alguma coisa sobre o tempo ou sobre como o fim de semana foi bom, etc. estes são o amigo-da-padaria, a amiga-do-elevador, o amigo-do-ônibus...
Mas voltando à minha segunda-feira de manhã, os tais dos amigos-de-ônibus entraram às 6h30 no ônibus, sentaram-se a mais ou menos 3 bancos de distância um do outro (e não é porque não tinha lugar, acho que é aquele preconceito idiota de que homem não senta com amiguinho, ou então eles não queriam dar um passo a mais na relação amigo-de-ônibus... ah, sei lá porque!) e começaram a conversar!
É isso mesmo! Sentados a 3 bancos de distância um do outros, os dois caras começaram a falar sobre futebol. Deram o resumo esportivo do final de semana e aproveitaram para acrescentar os comentários e previsões para o próximo campeonato, as contratações e escalações.
E para terminar essa conversa tão agradável, num horário tão oportuno, eles começaram a discutir o próprio horário de verão, que deixa todo mundo com sono, que àquela hora era, na verdade, 5h30, e que bom mesmo seria estar dormindo. E por mais longos 20 minutos eles continuaram neste assunto, falando que àquela hora era melhor estar dormindo, falando alto para que um pudesse ouvir o outro, mas sentados a 3 bancos de distância. E eu pergunto: dá pra entender?
6 de novembro:- (1964) O Congresso Nacional Brasileiro aprova um projeto de reforma agrária.
O nosso ritmo normal, estabelecido pelo nosso corpo no final de semana, é quebrado. No fim de semana não somos escravos do relógio e é o nosso próprio organismo que estipula o que devemos fazer de acordo com a sua necessidade, o que na minha opinião só pode ser saudável.
Mas aí vem a segunda-feira de manhã e, com um sonoro safanão bem no meio do descanso sagrado do nosso corpo e da nossa mente, nos tira da rotina biológica saudável do final de semana e nos faz levantar correndo.
Os primeiros momentos da segunda-feira são os mais difíceis, porque são eles os responsáveis por nos tirar daquela situação confortável do fim de semana. E tem gente que não percebe a importância da paz e da tranqüilidade nesta hora.
Toda segunda-feira de manhã eu tenho que pegar ônibus da cidade onde moro no fim de semana para a cidade onde moro durante a semana. É mais ou menos uma hora de viagem, que começa exatamente às 6h30 da madrugada (hora em que tudo que uma pessoa normal deseja é estar dormindo placidamente).
Eu chego, compro minha passagem, entre no ônibus e, antes de dormir, rezo. Rezo para que eu consiga ter mais uma horinha dormindo gostoso. Rezo para que as pessoas que viajarem no mesmo ônibus que eu desejem também dormir tranqüilas, e não fazerem um resumo do final de semana ou pensarem na vida assobiando.
É verdade! Pode dar risada, mas é verdade. Já aconteceu de tudo nestes 2 anos de viagens toda segunda-feira de manhã.
Uma vez um senhor entrou no ônibus, sentou no banco exatamente atrás de mim e começou a assobiar, olhando pela janela. Um assobio tão alto que impedia que meus olhos de ser fecharem, mesmo às 6h30 da madrugada.
Hoje aconteceu outra. Justo hoje, a primeira segunda-feira depois da mudança para o horário de verão, o dia mais difícil do ano de se levantar! Cheguei no ônibus imaginando que o pessoal ia estar com sono, ia aproveitar pelo menos essa segunda-feira pra dormir em paz.
Mas eis que entram ali dois caras. Acho que eles são amigos-de-ônibus. Sabe aquelas pessoas que você sempre encontra pelo meio do caminho mas que, na verdade você não conhece? São pessoas que você encontra sempre no mesmo lugar – o cara da padaria que sempre compra 3 pãezinhos de manhã com o jornal debaixo do braço, a moça no elevador que todo dia abre a bolsa e fica procurando o crachá para bater o ponto, o cara que sempre pega ônibus no mesmo horário que você – e de tanto encontrar com elas, você passa a cumprimentar, comentar alguma coisa sobre o tempo ou sobre como o fim de semana foi bom, etc. estes são o amigo-da-padaria, a amiga-do-elevador, o amigo-do-ônibus...
Mas voltando à minha segunda-feira de manhã, os tais dos amigos-de-ônibus entraram às 6h30 no ônibus, sentaram-se a mais ou menos 3 bancos de distância um do outro (e não é porque não tinha lugar, acho que é aquele preconceito idiota de que homem não senta com amiguinho, ou então eles não queriam dar um passo a mais na relação amigo-de-ônibus... ah, sei lá porque!) e começaram a conversar!
É isso mesmo! Sentados a 3 bancos de distância um do outros, os dois caras começaram a falar sobre futebol. Deram o resumo esportivo do final de semana e aproveitaram para acrescentar os comentários e previsões para o próximo campeonato, as contratações e escalações.
E para terminar essa conversa tão agradável, num horário tão oportuno, eles começaram a discutir o próprio horário de verão, que deixa todo mundo com sono, que àquela hora era, na verdade, 5h30, e que bom mesmo seria estar dormindo. E por mais longos 20 minutos eles continuaram neste assunto, falando que àquela hora era melhor estar dormindo, falando alto para que um pudesse ouvir o outro, mas sentados a 3 bancos de distância. E eu pergunto: dá pra entender?
6 de novembro:- (1964) O Congresso Nacional Brasileiro aprova um projeto de reforma agrária.
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